Os melhores nomes de carrinho.

11/01/2022

Feliz 2022 a todos guerreiros que ainda leem aqui!

Para o primeiro (e quem sabe único?) post do ano, eu selecionei os melhores nomes de carrinhos do Romeo. AHN? Explico. Cada carrinho do Romeo tem um nome que ele mesmo dá. Vários têm nomes bem óbvios: o carrinho roxo se chama Roxo, o outro carrinho roxo se chama Outro Roxo, vários carrinhos verdes têm o nome de Green, e por aí vai. Contudo, alguns têm nomes bem criativos, que envolvem histórias complexas, associações impensáveis ou mesmo língua portuguesa mal entendida por uma criança de 3 anos. Lá vão os melhores:

Pete

Esse carrinho eu comprei em uma loja durante a Maratona nos Stories que fiz no Rio de Janeiro em outubro do ano passado. Ao entregá-lo para o Romeo, voltando de viagem, eu disse: “esse carrinho é para lembrar do Fiat 147 (embora ele seja uma réplica de um Honda N600) que o Vovô Sérgio e a Vovó Sonia tinham quando o papai era pequeno.” Dali em diante, ele começou a chamar o carro de Pete (pronúncia PI-te, como se fosse em inglês). Na hora eu não entendi o porquê do nome, mas posteriormente percebi que essa era a interpretação dele da palavra FIAT que eu havia falado. ACHO que é isso.

Tatatá

Tatatá pra cá, Tatatá pra lá, e eu não fazia ideia por que era esse o nome do carrinho. Até o Romeo, involuntariamente, me mostrar. O carrinho branco com rodas laranjas veio junto com essa peça abaixo, usada para “disparar” os Hot Wheels.

Quando puxamos a parte amarela para trás, esticando a borrachinha vermelha e criando a tensão que posteriormente empurra o carrinho, o som feito por ela é “tá tá tá”. Isso porque o gatilho azul bate três vezes nos três buraquinhos amarelos. Tá tá tá. Taí o nome do carrinho. Muito inteligente esse meu filho.

Amigo

O carrinho acima é um donuts! O nome tinha tudo para ser relacionado a uma rosquinha, ou pelo menos a um cookie – que é como ele chama uma rosquinha. Mas não, o nome dele é Amigo. Por quê? Bom, quando eu cheguei em casa, todos os demais carrinhos estavam enfileirados em cima do rack da televisão. Nessa hora, eu falei: “olha, todos os carrinhos estavam esperando a chegada do amigo.” Pronto. Esse aí virou o Amigo.

Bluesonaro

Esse nome é auto-explicativo. Ele já tinha o carrinho Blue quando ganhou da minha mãe outro carrinho azul. Só que esse, acidentalmente, tinha um maldito número 17 na porta. Na hora, eu que fiz a piada: “esse Blue é Bolsominion, hein. É o Bluesonaro.” Devido a complexidade da palavra, o Romeo pronuncia BLUE-SA-UÁ.

Green Massinha

Lembram que eu falei que todos os carrinhos verdes tinham o nome de Green? Esse aqui é especial. Certo dia, o Romeo estava brincando de massinha de modelar. Em um momento, ele preencheu todo o vão desse Green com massinha. “Romeo, tu encheu o Green de massinha!” A partir daí, ele virou o Green Massinha.

Porta

Agora, o único verde que é uma exceção e não tem Green no nome. Para quem não é da época, esse é o carro que o Homer Simpson projetou quando seu irmão milionário Herb Powell solicitou que ele desenhasse um. O carro, que era para ser um carro popular, FLOPOU – obviamente, não se usava essa expressão na época, pois o episódio é de 1991. Essa é a embalagem em que o carrinho chegou:

Então por que “Porta”? Olha, eu demorei mais de um dia para entender a origem do nome. Eis que ele reconheceu o Homer Simpson do pendurador de chaves que temos atrás da…. porta!

O Romeo fez a associação e, desde então, chama o carrinho de Porta.

Blue Bobô

Antes de explicar o nome, vale citar que esse caminhão foi um dos dois ou três primeiros carrinhos que ele teve, então o nome foi dado quando ele era muito pequeno. A explicação precisa de uma introdução. Como o Romeo assistia muita Peppa Pig, ele associou algumas cores a personagens do desenho. Vermelho era Bobô. Isso porque até pouco tempo ele não falava “Peppa”, e sim “Bobô”. E vermelho é a cor do vestido da Peppa. Já a cor laranja era “Mamãe”, pois essa é a cor do vestido da Mamãe Pig.

Isso explica o fato do caminhãozinho azul e vermelho de chamar Blue Bobô, e também explica o nome do carinho abaixo se chamar Mamãe.

Mamãe

Continuando a lógica de associar cores a coisas, o amarelo era até pouco tempo chamado de papatê – que é como ele fala batata. Consequentemente, o nome desse vagão de trem só poderia ser Papatê Bobô (amarelo-vermelho).

Papatê Bobô

Daqui para frente, os nomes não são tão interessantes assim. O carro em formato de dinossauro se chama Dinossauro. O ônibus escolar se chama Escola. O carro todo amarelo é o Papatê. O todo vermelho é o Bobô. O carro pequenininho que foi dado de presente para o Otto se chama Pequenininho do Totô. E, com o Romeo ficando mais velho e aprendendo cada vez mais palavras, eu acho pouco provável que tenhamos nomes tão criativos quanto esses citados.

Esse texto termina com um desafio. Existe um carrinho que eu não sei a origem do nome. Ele é branco, tem uma grande listra lateral azul e algumas outras listras vermelhas. O nome? Pacu. Alguém se arrisca?

Pacu

O que está acontecendo comigo?

25/12/2021

Antes de chegarmos ao assunto do título desse post, tenho algumas coisas para dizer. A primeira é que, caso vocês não tenham percebido, esse é o primeiro post do ano. Sim, na última semana de dezembro, eu estou publicando o primeiro texto de 2021.

Ano passado eu até enganei vocês, confessem. Múltiplos posts em outubro e novembro com certeza convenceram vocês que o blog estaria de volta para valer. Claro que não. Era apenas um momento com excesso de tempo livre, aquele.

De qualquer forma, vamos para uma pequena reflexão sobre algo muito estranho que aconteceu comigo nesse último trimestre de 2021. 

Começando do início. Dia 30 de outubro, ao acordar, subi na balança e percebi que estava com 95 kg. NOVENTA E CINCO QUILOS. De cueca e de bexiga vazia. Se eu fosse na clássica balança da farmácia (alô, anos 90), teria dado muito mais.

E aí soou um alerta. Tenho quase 39 anos de idade. Com duas crianças, se eu durmo seis horas em uma noite eu estou no lucro. O convívio com o cansaço é um exercício diário. A condromalácia volta a atacar meus joelhos cada vez que estou no sobrepeso. Eu andei uma maratona e perdi as unhas dos dois dedões do pé (deve ter sido por excesso de peso, sei lá). Não dá mais. Se eu quero viver confortavelmente, preciso perder peso – pensei.

Então tomei duas medidas radicais. Quer dizer. Uma radical e outra nem tanto. A “nem tanto”? Parar de tomar cerveja. Nunca fui um bebedorzão de cerveja, mas, principalmente na pandemia, andei tomando mais que a minha média histórica. Isso não me parecia tão difícil. A “radical”? Parar de comer doces.

Isso mesmo. Eu, Vavo, conhecido pelo Guerra como “Formiguinha” (porque sempre estava atrás de um doce), decidi, exatamente no dia 30 de outubro, não comer mais doces por tempo indeterminado.

Nesse momento estou no interior, mas na minha última pesagem, dia 23 de dezembro, 54 dias depois da minha ousada decisão, eu estava com 88,3 kg. Façam as contas. São 6,7 kg a menos em um intervalo inferior a dois meses.

“Ah, mas você deve estar fazendo exercícios!” O pior é que não. Eu joguei futebol duas vezes e fui na academia UMA vez nesse período. Só. “Ah, mas você deve ter regulado toda a alimentação!” Pois lhes digo: não. Tô comendo exatamente o que eu comia antes. Exceto os doces. E a cerveja. Não comi um pastel a menos.

Mas afinal, por que a pergunta? “O que está acontecendo comigo?” Olha… Vou ser sincero. Eu achei que eu iria ver um doce e chorar de vontade. Achei que não ia aguentar. Achei que eu ia na padaria da esquina comer escondido (de mim mesmo?) Errado. Eu vejo um doce e sequer tenho vontade. Nesse exato momento, dia 25 de dezembro, o dia das sobras de natal, tem um punhado de doces diferentes em cima da mesa. Palha italiana, bolo de brigadeiro e rabanada, dentre outros. E eu não tenho vontade de comer nenhum. O que está acontecendo comigo? Eu não sei. Será que eu me desintoxiquei dos doces que tanto comi ao longo de 38 anos? Existe isso? Eu não sei. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo.

Por fim, o lado bom disso tudo. Os joelhos não doem. As roupas estão voltando a servir. A minha cara não mais parece uma Trakinas. Concluí a maratona seguinte em Buenos Aires sem dificuldades e sem sequelas – inclusive andando meia maratona no dia seguinte à maratona. E o principal: eu estou muito mais disposto. Nessa fase, com duas crianças pequenas e a inevitável privação de sono, isso tem sido fundamental. Vamos lá. Segue o baile, então.

Feliz Natal e feliz ano novo a todos! Até o próximo post-desabafo, seja lá quando for.

P.s.: este texto foi escrito sob efeito de 1,5 caipirinha. Alguém tinha percebido a diferença em relação ao Vavo normal? Engaja aí! ns


Nove anos depois, Buenos Aires continua igual.

11/11/2020

Nove de dezembro de 2011, feriado na Argentina*, dia da Inmaculada Concepción de María. Luringa e eu fomos a Buenos Aires para gravar o episódio piloto do que viria a ser, alguns meses depois, o A Pé.

Agora vou lhes falar que nem um velho: PARECE QUE FOI ONTEM. Parece mesmo. Incrivelmente, já se passaram quase NOVE anos desde esse dia – e isso realmente me surpreende. É clichê, mas, de fato, o tempo voa.

Ao longo dos últimos dias, resolvi revisitar a cidade através do Google Street View. Procurei individualmente cada lugar que compareci na caminhada. Só para ver se tudo ainda estava no lugar (ns). Então, aí vão alguns dos lugares visitados, com a comparação de um print lá da gravação em dezembro de 2011 com a imagem mais recente do Street View (2020, segundo o Google).

MONUMENTAL DE NÚÑEZ

O estádio do River Plate permanece praticamente igual. Enquanto o outdoor da Coca-Cola segue lá, mudaram os dois de baixo: a Adidas apenas trocou de anúncio; já a Petrobrás foi substituída pelo banco BBVA. Porra, Brasil!

FLORALIS GENERICA

Segue situada na Plaza de las Naciones Unidas. Não mudou nada, só o horário da foto.

CALLE FLORIDA

Conforme falei antes, no dia da gravação era feriado nacional. Por isso, a Rua Florida, normalmente lotada, estava tão vazia. O Street View mostra a realidade do cotidiano.

BIBLIOTECA NACIONAL

Não há vista do Street View para a Biblioteca Nacional. Todavia, tirei esse print de uma foto panorâmica publicada por um usuário. Aparentemente, removeram a fonte. Que pena.

TEATRO COLÓN

Teatro Colón exatamente igual. O Google Car poderia ter passado novamente sem esse ônibus na frente, né.

MALBA

Temos uma mudança! O letreiro do MALBA (Museu de Arte Latino-americana), antes em letras minúsculas, agora está em letras maiúsculas.

HIPÓDROMO DE PALERMO

Grandes chances de serem até os mesmos táxis.

PLAZA GENERAL SAN MARTÍN

A única diferença é o dia nublado. Eu adoraria, pois quando gravei estavam 35°C.

CEMITÉRIO DA RECOLETA

Dessa vez, foi o Google que pegou o dia menos movimentado. E faz sentido. No feriado, as pessoas tendem a visitar os entes queridos no cemitério.

PLAZA ITALIA

Lá está Giuseppe Garibaldi no mesmo lugar.

LA BOMBONERA

Os xeneizes optaram por um escudo más grande em uma das entradas. De resto, tudo bem parecido. Se fosse no Brasil, pré e pós Copa do Mundo, não seria assim.

CAMINITO

Tudo segue igual. Era até de se esperar alguma mudança nas cores do famoso Caminito, mas nos últimos nove anos, não vemos nada.

OBELISCO

Nem teria o que mudar.

PUERTO MADERO

Tudo absolutamente igual em Puerto Madero. Não há um prédio novo sequer do outro lado do rio.

CASA ROSADA

Tenho uma pequena impressão que usaram um tom de tinta levemente diferente do anterior na última repintura. Mas pode ser a diferença da iluminação dentre as duas fotos.

SAN TELMO

Mafalda não está mais sozinha! Não sei em que momento dos últimos nove anos, mas acrescentaram mais dois personagem da famosa tirinha: Susanita e Manolito. A má notícia é que o Quino, criador da Mafalda, faleceu há pouco mais de um mês.

Fim de comparações. Alguns lugares, como as Galerias Pacífico e o Parque Lezama, ficaram de fora por eu não conseguir uma visão atual exatamente igual à da época da filmagem.

* a observação é que o dia 9 de dezembro NÃO É o feriado oficial de Imaculada Conceição. Como o dia oficial (8 de dezembro) caiu em um domingo, acredito que tenham deslocado o feriado para um dia depois. Para poder aproveitar, né. 😊


O Inter de todos os tempos com G de Gustavo.

05/11/2020

Esses tempos, vi em algum perfil do Twitter (e não lembro qual!) que a pessoa tinha montando a seleção de todos os tempos do seu time apenas com jogadores que começavam com a primeira letra do seu nome. Exemplo: um hipotético ANDRÉ torce para o Corinthians, logo, ele montaria o time ideal da história do Corinthians, de 1 a 11, do goleiro ao ponta-esquerda, apenas com jogadores que começam com a letra A (dica: Alcindo, o CARECA-CABELUDO).

E foi isso que eu resolvi fazer. Como eu me chamo Gustavo, CASO ALGUÉM NÃO SAIBA, passei a tarde de ontem pensando em jogadores com a letra G que já vestiram a camisa do glorioso Sport Club Internacional, meu time do coração.

Regra do jogo: o que vale é a letra inicial do nome como o jogador é conhecido. Eu não posso escalar o MAURO GALVÃO porque ele é Mauro antes de ser Galvão. Ao mesmo tempo, o Gamarra é apenas Gamarra, e não Carlos Gamarra. Assim, ele está liberado para ser meu zagueiro titular e capitão do time. Thiago Galhardo, atual artilheiro do Campeonato Brasileiro, também ficou de fora. Embora ele seja chamado cada vez mais de somente Galhardo, o seu nome “oficial” de jogador continua sendo Thiago Galhardo.

GOLEIRO

Goycochea

O argentino Sergio Javier Goycochea ganhou destaque na Copa do Mundo de 2010 quando substituiu o goleiro titular Nery Pumpido, lesionado, e garantiu a Argentina na final após alguns pênaltis defendidos ao longo da competição. No Inter, jogou apenas a temporada de 1995, sem muito sucesso – inclusive, tomando um frango na sua estreia em um jogo contra o Criciúma.

LATERAL-DIREITO

Gabriel

Dentre todos os times brasileiros que defendeu (São Paulo, Fluminense, Cruzeiro, Grêmio etc.), na temporada de 2013 Gabriel foi o lateral-direto titular do Inter, onde foi campeão gaúcho sob comando do técnico Dunga.

ZAGUEIRO

Gamarra

Com três Copas do Mundo disputadas no currículo, o paraguaio Carlos Alberto Gamarra Pavón é um dos grandes zagueiros da história do futebol. Atuou pelo Inter entre 1995 e 1997, marcando 4 gols e sendo campeão gaúcho em 1997. Posteriormente, no Brasil, Gamarra também atuaria por Corinthians, Flamengo e Palmeiras.

ZAGUEIRO

Gonçalves

Após disputar a Copa do Mundo de 1998, Gonçalves chegou para ser o xerife da zaga colorada no promissor ano de 1999. O time não foi bem e quase foi rebaixado no Campeonato Brasileiro daquele ano.

LATERAL-ESQUERDO

Gustavo Nery

O lateral-esquerdo Gustavo Nery atuou pelo Inter entre 2008 e 2009. Sem grandes atuações, ficou marcado positivamente por dar o passe que resultou no gol de Nilmar que garantiu o título da Copa Sul-Americana de 2008 para o clube.

VOLANTE

Gavilán

O volante (e às vezes lateral-direito) Diego Antonio Gavilán Zarate jogou 142 partidas oficiais pelo Inter entre 2003 e 2005, marcando 11 gols (fonte: Wikipedia). Foi campeão gaúcho em 2003, 2004 e 2005 – e ainda em 2007, agora jogando pelo rival.

VOLANTE

Guiñazú

O argentino Pablo Horacio Guiñazú chegou para o Inter em 2007, ficando no clube até 2012. Atuou em 282 partidas oficiais, marcando quatro gols. Foram 9 títulos no total, incluindo uma Copa Libertadores, uma Copa Sul-Americana e quatro Campeonatos Gaúchos.

MEIA-DIREITA

Giuliano

Giuliano foi um dos grandes responsáveis pelo título da Copa Libertadores de 2010, quando também foi eleito o melhor jogador do torneio. O seu gol mais marcante com a camisa do Inter foi no jogo de volta das quartas-de-final da Libertadores contra o Estudiantes – o gol que ninguém viu (inclusive eu, que estava no estádio) devido à fumaça soltada pela torcida argentina para comemorar antecipadamente a classificação praticamente garantida.

MEIA-ESQUERDA

Gil

Disse uma vez Gil que, na comemoração de um título, vale tudo, só não vale dar o c*. No Inter, apareceu no time esporadicamente entre os anos de 2007 e 2009, estando presente no grupo campeão da Copa Dubai e do Campeonato Gaúcho de 2008.

ATACANTE

Gérson

Gérson da Silva atuou com a camisa colorada em 1992 e 1993. Na Copa do Brasil de 1992, vencida pelo clube, foi o artilheiro com 9 gols. Também campeão gaúcho no mesmo ano, Gérson faleceu aos 28 anos em 1994, após contrair o HIV.

ATACANTE

Guerrero

Paolo Guerrero está no elenco atual do Inter – embora, machucado, não vá jogar mais nesta temporada. Desde que chegou ao clube, em 2018, Guerrero marcou 30 gols em 56 jogos oficiais. No Brasil, também atuou por Corinthians e Flamengo. Na seleção peruana, são 39 gols em 102 jogos.

TÉCNICO

Guto Ferreira

Guto Ferreira é o único técnico que me lembrei com a letra G. Também me lembrei do GALLO – porém, seu nome oficial de treinador era Alexandre Gallo, o que o desqualificaria para ser escolhido. Guto Ferreira treinou o Inter em diversas oportunidades, e tem o título do Gauchão de 2002 no currículo.

Menções honrosas para os 11 iniciais: Gilmar Rinaldi, o terceiro goleiro na Copa do Mundo de 1994; Gil Baiano, lateral-direito que chegou à Seleção com Paulo Roberto Falcão quando atuava pelo Bragantino; Gum, que jogou apenas 4 partidas pelo Inter (segundo a Wikipedia); Géferson, lateral-esquerdo convocado por Dunga para a Copa América após atuar bem em UM jogo; Glaydson, volante reserva na conquista da Copa Libertadores de 2010; Gilberto, atacante que veio da Santa Cruz e depois passou por Portuguesa, Vasco, São Paulo e Bahia, onde está atualmente; e, por fim, Gustavo Papa, centroavante canhoto que fez um gol decisivo para o Inter eliminar o São Paulo na Copa Sul-Americana de 2005.


O fim da Fresno está próximo!

28/10/2020

Esta é a publicação cujo título tem o maior clickbait da história do blog, mas já já vocês vão entender o porquê.

Precisamos voltar para o dia 18 de abril de 2005 para dar um contexto ao que escrevo. A Fresno, naquele instante, tinha pouco mais de 5 anos de existência. Com dois álbum lançados (Quarto dos Livros e O Rio A Cidade A Árvore), e ainda tendo como base a cidade de Porto Alegre, já tínhamos viajado para 7 estados do Brasil para fazer shows: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. Isso significava que, para completarmos o país, restariam “apenas” 18 estados e o Distrito Federal.

Foi nesse dia supracitado, 18/04/2005, que eu escrevi um post contando tudo isso. Nele, eu expliquei que a Fresno só poderia acabar após tocar em todos os estados brasileiros. E mais. Disse que, se alguém quisesse acabar com a banda, que organizasse uma turnê passando por todos os estados restantes.

Lógico que isso faz muito tempo. Quinze anos e meio, para ser exato. E se antes restavam 19 estados (incluindo o DF), hoje, já em 2020, restam apenas QUATRO: Acre, Amapá, Roraima e Tocantins.

Num momento de ócio durante a pandemia, mais conhecido como HOJE, decidi atualizar esse post. Mostro-lhes então, incrementando o post escrito há mais de 15 anos, o primeiro show que fizemos em cada um dos 15 estados inéditos desde abril de 2005. Junto à cidade, vou acrescentar todas as informações que tenho disponíveis de cada um dos shows.

Fortaleza (CE)
Data: 19/08/2005
Local: Hey Ho Rock Bar
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Allface, Levant, Badha, Lipstick, Nollie

Natal (RN)
Data: 20/08/2005
Local: Do Sol Rock Bar
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Allface, Karpus, Jane Fonda, Skiva

Maceió (AL)
Data: 21/08/2005
Local: Marquês
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Djunks, Nollie, Who Am I

João Pessoa (PB)
Data: 27/08/2005
Local: Aeroclube
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Switch Stance, Djunks, Littleheads

Salvador (BA)
Data: 28/08/2005
Local: Blue House
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Djunks, The Losers, Trick Attack, A Sangue Frio

Goiânia (GO)
Data: 02/09/2005
Local: Centro Cultural Martim Cererê
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Obesos, Skin Apple, Skavoca, Mechanics, Seven, The Ugly, Picolé de Nervo

Manaus (AM)
Data: 26/11/2005
Local: Coração Blue
Tour: O Rio A Cidade A Árvore
Bandas: Save Julia, Sorrow, Inércia 42

Cuiabá (MT)
Data: 29/09/2006
Local: N/A*
Tour: Ciano
Bandas: N/A

Brasília (DF)
Data: 16/12/2006
Local: Colégio NDA Sênior
Tour: Ciano
Bandas: N/A

Vila Velha (ES)
Data: 09/08/2008
Local: Ginásio do Marista
Tour: Redenção
Bandas: N/A

Campo Grande (MS)
Data: 10/10/2011
Local: Clube dos Sargentos
Tour: Revanche
Bandas: N/A

Teresina (PI)
Data: 14/12/2014
Local: Pink Elephant
Tour: O Começo de Tudo
Bandas: nenhuma

Belém (PA)
Data: 03/05/2015
Local: LaMusique
Tour: O Começo de Tudo
Bandas: N/A

São Luis (MA)
Data: 29/09/2017
Local: Amsterdam MusicPub
Tour: A Sinfonia de Tudo Que Há
Bandas: N/A

Porto Velho (RO)
Data: 28/04/2018
Local: Zé Beer
Tour: Natureza Caos
Bandas: Distopia e Fora do Script

* o N/A (sigla padrão para not available) significa que eu não possuo a referida informação. Se alguém souber de algo que esteja faltando, por favor me diga nos comentários que eu atualizo aqui posteriormente.

Antes de acabar o post, duas coisas que queria acrescer:

  1. Dois desses shows tem notáveis referências FUTEBOLÍSTICAS. No dia do show de Manaus, 26/11/2005, o Grêmio conseguiu a vitória épica em cima do Náutico que ficaria conhecida como “Batalha dos Aflitos”. Assistimos ao jogo em um shopping, antes do show. Já o show de Brasília emendou com a vitória do Inter em cima do Barcelona que deu o título Mundial ao clube. Depois do término do show, que acabou tarde, fomos para uma festa de uma faculdade na frente do hotel, para logo em seguida assistir ao jogo, que começou no período da manhã.
  2. No meu PC antigo (que não está instalado nesse momento), eu tenho uma pasta com CENTENAS de flyers de shows da Fresno. Lá, é possível que eu tenha os flyers de alguns desses shows que citei. Contudo, não farei essa busca agora pois estou digitando às 23:27 e meu filho está dormindo aqui ao lado. Muito barulho. Fica para um próximo post.

E aí, alguém de vocês estava em algum desses shows?


Parque Nacional de Sutjeska (Bósnia, parte 3/3).

23/10/2020

Demorou, mas chegou. Preparem-se, porque esse post aqui é o Chinese Democracy do blog.

Lá em 2015, logo após voltarmos ao Brasil, planejei fazer um resumão da viagem da Fresno à Bósnia e Herzegovina dividido em 3 partes: Banja Luka, Sarajevo e Parque Nacional de Sutjeska. O post com a parte 1 foi publicado no dia 22 de agosto de 2015, apenas oito dias depois da chegada no Brasil. Três dias depois, em 25 de agosto, publiquei a parte 2.

A parte 3 iria demorar mesmo um pouco mais. Como ela mostraria nossa passagem pelo Parque de Sutjeska, justamente onde gravamos o clipe de Acordar, à época eu evitei dar spoilers do videoclipe em si. O post ficaria para depois do lançamento do clipe.

O clipe (hoje com quase 1,2 milhão de views) foi lançado no dia 4 de novembro de 2015. Então cá estou eu, apenas 5 anos depois, escrevendo o post com a 3ª parte da viagem para os Bálcãs. Ligeiro o menino, né.

Começo por literalmente a primeira foto tirada na nossa chegada ao hotel, que é o café da manhã após dormirmos a primeira noite. Na ordem, eu, Mario, Lucas e Dajan.

Estamos em 2020 e o Lucas ainda não sabe posar para fotos

Olhem minha xícara. Eles fazem o café de um jeito MUITO estranho. A água vem quase FERVENDO – o que, obviamente, queima o café. E no fundo da xícara fica um dedo de PÓ após o café ser bebido. Tinha alguma parada de LER O FUTURO na camada de pó de café que fica no fundo, mas agora, cinco anos depois, não lembro direito da história.

Nessa segunda foto, estamos todos com instrumentos. “Mas como assim ‘instrumentos’? Vocês não tocam no clipe!”, poderia dizer algum de vocês. VERDADE. Mas no roteiro original, a gente ia tocar. E chegamos a gravar algumas imagens de nós tocando, como vocês podem ver na sequência.

A ideia de clipe de banda tocando foi por água abaixo
Dajan filma, Srdjan ilumina e Lucas dubla a canção

Após essa sessão de filmagens que jamais seriam utilizadas, fomos tomar um banho na piscina natural MAIS GELADA DO MUNDO. Explico: a água dessa piscina (que tinha algum título do tipo “a maior piscina natural da Europa”) vinha de rios formados a partir do descongelamento da neve dos picos das montanhas. Exatamente. Nunca vi uma água tão gelada.

Bonitinha, porém ordinária
Foto tirada pelo Mario na sua GoPro segundos antes de pularmos na piscina

Nesse mesmo dia, mais para o final do dia, fomos visitar o MONUMENTO. Para quem está a par da história da Fresno, o monumento, antes mesmo de ser o plano de fundo para o clipe de Acordar, já estava presente na capa do álbum Infinito, lançado em 2012.

Encarte aberto do álbum Infinito. A capa é o canto superior direito

Vou colocar algumas fotos tiradas nesse dia. Lembrando: NÃO é o dia da gravação do clipe. Foi apenas uma visita.

Vista do lado oposto do monumento. Parece que não é o mesmo monumento, mas é
Aqui descansam 3301 lutadores da Batalha de Sutjeska” (valeu, Google Tradutor!)
O monumento e eu. Entenderam como seria spoiler publicar essa foto antes do clipe?

No dia seguinte (11/08), começamos gravando as primeiras duas das cinco músicas que viriam a compor a Srpska Sessions.

Cenário escolhido para a gravação de Infinito
Procurando o cenário ideal para a gravação da segunda música, o medley Sutjeska/Farol
Guerra descansa naquele que viria a ser o cenário escolhido para a 2ª música

No final da tarde, finalmente gravamos o clipe no monumento. A ideia do plano sequência, tida pelo Dajan (diretor do clipe), veio durante o próprio dia. Então, no lusco-fusco no entardecer, fizemos 3 ou 4 tomadas do plano sequência, após ensaiá-lo uma porção de vezes. A melhor delas virou o clipe de Acordar.

Uma das poucas fotos tiradas durante a gravação
A clássica foto de encerramento das atividades

Com o clipe gravado, no dia seguinte (12/08) gravamos as três músicas restantes do Srpska Sessions: Eu Sou A Maré Viva, Cada Poça dessa Rua Tem Um Pouco de Minhas Lágrimas e Sobreviver e Acreditar.

Locação onde foi gravada a versão de Eu Sou A Maré Viva

Posteriormente, voltaríamos ao monumento para receber equipes de televisão e jornal locais, que iriam gravar matérias conosco.

Não encontrei a matéria na internet, mas na época lembro que vi
Para a reportagem, simulamos o clipe exatamente da mesma forma que gravamos
Se não tenho as imagens da tv, ao menos tenho a foto desse jornal

No último dia no Parque de Sutjeska, fizemos uma trilha morro acima. Nesse momento, já estávamos sem o Guerra, que tinha ido embora um dia antes para pegar um voo para Barcelona.

Trilha rumo ao topo da montanha
Vista sensacional lá de cima

Por fim, a foto final com todos os trilheiros no topo da montanha. Voltei até 2015 no meu Instagram para ver a marcação da foto e então descobrir o nome da montanha: Donje Bare.

Nikola, eu, Lucas, Dajan e Marija atrás; Mario e Srdjan na frente

Esse era o último dia no Parque. Voltaríamos para Sarajevo no dia seguinte pela manhã, e aí o que aconteceu lá está no post da parte 2 da viagem, que mostra todos os momentos em Sarajevo. MEMENTO TOTAL.

Para finalizar, fiquem com essa foto em alguma noite no hotel. Estávamos comendo chocolate e tomando vinho, que era a única coisa que tinha para fazer de noite num hotel isolado no meio de um parque enorme e de baixa densidade populacional.

Chocolate & vinho, a combinação perfeita (na verdade era a única possível)

Bom, com cinco anos de atraso, está contada toda a viagem da Fresno para a Bósnia e Herzegovina. É lógico que as histórias são muuuito mais detalhadas do que isso – quem assistiu à Twitch da Fresno recentemente me viu contando algumas boas. Né? #HojeEuBriguei


E se eu tivesse gravado o ‘A Pé’ em Tóquio?

20/10/2020

Esta é uma das grandes perguntas da minha existência como ser humano vivo, então vamos para a história completa.


Conforme contado dois posts atrás, em outubro e novembro de 2016 eu estive no Japão por 15 dias. O roteiro feito por mim incluía os quatro primeiros dias em Tóquio, dois dias em Hiroshima, três em Kyoto (com um pulo em Osaka) e, por fim, os últimos cinco dias novamente em Tóquio.

Dentre todo o turismo óbvio que conduziria a viagem, eu tinha também como meta gravar um episódio do A Pé. O A Pé, para quem não sabe, é um canal de viagens no YouTube que eu possuo e para o qual gravo episódios esporadicamente – o famoso DE VEZ EM NUNCA.

A trama de um episódio do A Pé consiste em, num único dia, caminhar dezenas de quilômetros em uma determinada cidade mostrando todos os seus lugares interessantes. Até aquele momento, episódios em Buenos Aires, Houston, Santiago, Austin e Fresno já tinham sido lançados – posteriormente, em 2019, viria o episódio de Paris.

O que me impediu de gravar o episódio em Tóquio naquela ocasião foi uma crise de dor nas costas que tive no segundo dia de viagem. Travei e mal conseguia ficar de pé. Para continuar a viagem e poder seguir cronograma e itinerário originais, eu precisei comprar uma CINTA que segurava a minha lombar. Sim, no Japão, eu usei uma cinta durante a viagem inteira.

Mas… e se eu tivesse conseguido gravar o episódio do A Pé em Tóquio? Teria ficado legal?

Teremos uma ideia a partir do próximo parágrafo. Como eu usei o próprio roteiro do A Pé para escolher o que visitar na cidade, acabei indo em (quase) todos os lugares que eu passaria na caminhada. Então, aí vai o episódio nunca gravado, mas na versão FOTOS. Lugar por lugar, ponto turístico por ponto turístico, eu mostro onde eu passaria no roteiro original. Entre parênteses, estará o nome do “bairro” onde fica cada local. “Bairro” está entre aspas porque não são tecnicamente bairros, mas explicar o conceito de “distrito”, “bairro” e “cidade” no contexto japonês precisaria um post só pra isso.

1.Tokyo Metropolitan Government Building / Tōkyō-to Chōsha ou Tochō (SHINJUKU)

Vista do alto do Tokyo Metropolitan Government Building

2. Shibuya (Scramble, Shibuya Crossing) / Shibuya-ku (SHIBUYA)

O cruzamento mais movimentado do mundo

3. Meiji Shrine / Meiji Jingū / Santuário Meiji (SHIBUYA)

Santuário dedicado ao imperador Meiji

4. Yoyogi Park / Yoyogi kōen / Parque Yoyogi (SHIBUYA)

A única foto que tenho. Sim, eu sei, não mostra nada

5. Takeshita Street / Takeshita-dōri / Rua Takeshita (SHIBUYA)

Rua apenas para pedestres cheia de lojas

6. Roppongi (MINATO)

No distrito de Roppongi, vi um show da banda Alexandros

7. Tokyo Tower / Tōkyō tawā / Torre de Tóquio (MINATO)

Não fui. Não há fotos. Nem de longe.

8. Odaiba (MINATO)

Odaiba é uma ilha artificial que virou uma região de entretenimento

9. Tsukiji Market / Tsukiji shijō / Mercado de Peixes de Tsujiki (CHUO)

Maior mercado do mundo na venda de peixes em atacado

10. Ginza (CHUO)

Bairro/distrito luxuoso. Na foto, a “5ª Avenida” de Tóquio

11. Tokyo Station / Tōkyō-eki (CHIYODA)

Daqui eu pegava os shinkansen (trens-bala) para as outras cidades

12. Imperial Palace / Kōkyo / Palácio Imperial (CHIYODA)

No Palácio, hoje, mora o imperador japonês

13. Ryogoku Kokugikan ou Ryougoku Sumo Hall / Ryōgoku Kokugikan (SUMIDA)

Arena de sumô da cidade

14. Edo-Tokyo Museum / Edo Tōkyō Hakubutsukan / Museu Edo-Tokyo (SUMIDA)

Não entrei, só tirei fotos de fora

15. Asakusa (TAITO)

Essa é a movimentada rua de compras Nakamise

16. Sensō-ji Temple / Kinryū-zan Sensō-ji (TAITO)

Templo budista construido no século VII

17. Sumida River / Sumida-gawa (TAITO / SUMIDA)

Rio que corta a cidade de Tóquio passando por diversos bairros

18. Tokyo Skytree / Tōkyō Sukaitsurī (SUMIDA)

Torre ao fundo. Quase o mesmo enquadramento da foto anterior

19. Ameya Yokocho / Ameya-Yokochō ou Ameyoko (TAITO)

Mercado a céu aberto com cerca de 180 lojas

20. Ueno Park / Ueno Kōen / Parque Ueno (TAITO)

Nesse parque se encontram os principais museus da cidade

21. Tokyo National Museum / Tōkyō Kokuritsu Hakubutsukan / Museu Nacional de Tóquio

Fui. Contudo, não há sequer uma foto.

22. Akihabara ou Akihabara Electric Town / Akihabara Denki Gai (CHIYODA)

É a rua dos eletrônicos. Lá, comprei meu HD SSD

Fim do ‘A Pé’. Cansaram? Certamente eu teria morrido. Com a dor nas costas, teria sido fisicamente impossível.


Finalizando. Se vocês viram meu post retrasado sobre a câmera fotográfica, ficaram sabendo que eu perdi MUITAS fotos dessa viagem. O que está nessa publicação de hoje é o que “sobrou”: apenas as fotos do meu celular. Uma pena. Essa viagem poderia ser muito mais RICA nas imagens.

FICA PRAS OLIMPÍADAS. ns


A placa sarcástica (só que não).

14/10/2020

Oficialmente estou de volta ao blog, como vocês devem ter percebido. Com este post aqui, completo quatro em um intervalo de oito dias. Obviamente não vou seguir com essa frequência, mas na medida do possível, vou contando por aqui boas histórias.

Falo de histórias dos últimos anos que ficaram perdidas devido a minha ausência na precursora das redes sociais. Ainda bem que sempre existem as fotos para refrescar a minha memória. Posts escritos a partir de memórias reativadas através de uma foto podem ser encontrados na categoria de nome auto-explicativo Uma Foto e Uma História.

Aí vai mais uma.

Na viagem para o MTV Europe Music Awards de 2013 em Amsterdã, quando a Fresno concorreu com nomes como Justin Bieber e One Direction na categoria Worldwide Act, a conexão do voo de ida era em Zurique, na Suíça. Como bons exploradores internacionais, pegamos intencionalmente conexões longas que davam a oportunidade de conhecermos novas cidades – além de Zurique na ida, passamos o dia em Munique na volta (cidades que rimam).

Em uma volta pelo centro da cidade suíça, vi essa placa em uma parede.

Placa em uma parede no centro de Zurique

Apelei para o meu conhecimento básico em língua alemã – uma das várias línguas oficiais da Suíça – para interpretá-la.

Bitte é “por favor”. Keine indica uma negação, o equivalente ao not em inglês. Plakate deve ser “placas”. Anbringen, o verbo, deve ser algo parecido com o bring do inglês – “trazer”, “levar”, qualquer coisa assim. Danke é “obrigado”.

Minha interpretação foi: POR FAVOR, NÃO COLOQUE PLACAS AQUI. OBRIGADO.

Isso escrito justamente em uma placa. Mas olha que ironia. Minha conclusão: era uma PLACA SARCÁSTICA. Uma placa indicava que era proibido pôr uma placa ali. Praticamente o PARADOXO DA PLACA NA PAREDE. O “É proibido proibir” do Primeiro Mundo.

Exceto que… plakate não significa “placas”. Uma rápida busca no tradutor do Google mostra que plakate significa “cartazes” ou “pôsteres”. E tudo agora faz sentido. Não há sarcasmo nenhum. Há apenas um pedido para que nenhum cartaz seja colado ali. Não gostei. Anticlimático total. Prefiro a minha interpretação PARALELA da placa sarcástica.


O mistério da foto solitária do Templo do Pavilhão Dourado.

13/10/2020

Em 2016, entre os dias 28 de outubro e 11 de novembro, eu estive no Japão. Comecei a viagem ficando quatro dias em Tóquio. Depois, mais dois em Hiroshima, três em Kyoto e, por fim, os últimos cinco dias novamente em Tóquio. Escrevi, contudo, apenas um único post sobre essa viagem aqui no blog, intitulado São quantos sabores de Kit Kat?

O deslocamento entre as diferentes cidades seria feito de trem. De Tóquio a Hiroshima, por exemplo, são mais de 800 km de distância. Enquanto o trajeto de carro levaria 10 horas (fonte: Google Maps, nesse momento), com um shinkansen, o famoso trem-bala japonês, completar-se-ia a mesma distância em menos de quatro horas.

Toda essa introdução é para dizer que, devido aos diversos deslocamentos entre cidades, idas e vindas em estações de trem, check ins em hotéis e tudo mais, decidi-me por levar a menor quantidade de itens e de volume possíveis comigo. Tudo que eu pudesse vir a precisar na viagem de 15 dias para o Japão teria que caber em uma mala e uma mochila.

Sacrifiquei a minha melhor câmera, devido a essa decisão. A Canon T2i, que sempre me acompanhara em toda e qualquer viagem que fizera desde que a comprei, em 2011, ficou no Brasil. Mas tudo bem. Além das fotos do celular (um então iPhone 6, de câmera ótima), eu estava levando a minha Canon PowerShot SX280 HS. É uma câmera compacta, estilo CYBERSHOT, mas que não só tem uma qualidade boa, como também é possível tirar fotos com regulagem manual e – principalmente – com zoom ótico de 20x.

Por que cito especificamente o zoom ótico de 20x? Por exemplo: na visita ao Kinkaku-ji (ou Templo do Pavilhão Dourado), na cidade de Kyoto, dia 3 de novembro, foi com o zoom da Canon Powershot que tirei essa foto:

Kinkaku-ji, ou o Templo do Pavilhão Dourado

Devido à distância do templo, que fica dentro um lago, bem afastado da margem, só com um zoom razoável para eu conseguir uma foto de qualidade boa. No celular, o templo virava um pontinho dourado no meio de uma foto que era só céu e árvores.


Corta para uns 6 meses após a volta para o Brasil. Com aquele atraso tradicional de sempre, resolvi organizar as minhas fotos da viagem para o Japão. Separando por dia, por local, por câmera, enfim. Primeiro, copiei todas as fotos do iPhone para o meu HD externo. Depois, bastava copiar as fotos da Canon PowerShot para o mesmo HD. Pego o cartão SD, plugo no computador e… nada. Cartão absolutamente vazio. Ué? Estranho. Não tinha usado a câmera novamente desde a volta para o Brasil.

“Ah, eu devo ter usado o meu outro cartão SD na câmera. DÃ. Imagina… Perder todas as fotos. Tá louco.” Como eu tenho dois cartões SD, só poderia estar no outro.

Pois nada. Nenhuma foto do Japão no outro cartão também. Começa a me bater o desespero. Teria eu formatado o(s) cartão(ões) antes de copiar as fotos? Não era possível. Eu não seria tão amador assim.

No meu computador, nenhum vestígio de fotos da Canon PowerShot. Bizarro. Bom, mas eu apenas queria minhas fotos de volta. Então levei os dois cartões SD para o hacker do bairro. Ele recuperaria tudo para mim.

Eis que, após dias e semanas, ele veio com a chocante notícia: CREIO QUE ESSES CARTÕES NUNCA ESTIVERAM NO JAPÃO. Segundo o próprio, ele fez a varredura mais completa que poderia ser feita nos cartões. Ele encontrou, inclusive, lá na décima camada dos arquivos apagados, fotos da gravação do Eu Sou A Maré Viva (janeiro de 2014). Isso foi quase três anos antes da viagem para o Japão. Do Japão, em si, NADA.

Ele, aliás, foi a primeira pessoa a considerar que eu estivesse louco. “Então… cara… Você tem certeza mesmo que levou essa câmera para o Japão? Porque tipo… Aqui não tem nada.

Eu mesmo, confesso, cogitei essa hipótese. Pode ser, pode ser. Afinal, já voltara de viagem havia seis meses. Minha memória poderia estar me traindo.

EXCETO PELO FATO DE QUE ⬇️

Está lá, nas informações da foto original do Templo do Pavilhão Dourado. Três de novembro de 2016, 23:44 (horário de Brasília). CANON POWERSHOT SX280 HS. EU LEVEI SIM A PORCARIA DA CÂMERA PARA O JAPÃO, CACETE.

O que aconteceu com todas as fotos? Jamais saberemos. Eu formatei o cartão sem querer? Pouco provável. E, mesmo que eu tivesse feito isso, como eu teria conseguido apagar todo e qualquer rastro dessas fotos no cartão? Não conseguiria fazer isso nem querendo.

Com o tempo, me conformei. Nunca mais terei aquelas fotos.


Alguns de vocês podem estar se perguntando: mas como então que existe essa foto original do Templo do Pavilhão Dourado no teu celular? Eu ACHO que sei a resposta. Como eu queria publicá-la no Instagram, eu DEVO der plugado o cartão SD no computador e transferido a foto em questão para o meu celular por AirDrop (o bluetooth da Apple). Desse jeito, a foto não passaria pelo meu computador e iria direto do cartão SD para o celular, não deixando rastros no computador.

O que não explica todo o resto, claro.


Fique na rua principal. Ou não.

09/10/2020

Em fevereiro de 2015, Maria Paula e eu fizemos uma viagem de carro pelo estado da Califórnia ao longo de 15 dias. Com os nossos voos de ida e volta chegando e partindo de Los Angeles, decidimos pelo seguinte itinerário: ficaríamos as primeiras 4 noites na cidade; passaríamos os 8 dias seguintes conhecendo diversas outras cidades do estado, como Santa Bárbara, San Francisco e Fresno; finalizaríamos a viagem com mais três dias em Los Angeles.

Tanto nos quatro primeiros dias quanto nos três últimos, na cidade de Los Angeles, nos hospedamos em um hotel chamado Stay On Main. Como o nome diz, ele está localizado na rua “principal” do centro da cidade. Embora não ficasse perto dos clássicos pontos turísticos, isso não seria um problema para nós. Tínhamos alugado um carro, o que facilitaria todo o vaivém pela cidade. Devido ao custo-benefício excelente, batemos o martelo no Stay On Main.

O bonito Stay On Main, no centro de Los Angeles, inocentemente fotografado por mim.

Corta para abril de 2018, quando nós dois estávamos assistindo a uma série documental sobre assassinatos no Investigation Discovery, um dos nossos canais de televisão favoritos. O nome da série? Terror no Hotel Cecil, na tradução para o português. No documentário, era mostrada uma sequência de mortes misteriosas que aconteceram ao longo de anos no Hotel Cecil, em Los Angeles.

Em certo momento, Maria Paula e eu nos olhamos. O hotel onde se passava o documentário era muito parecido com o Stay On Main, onde ficáramos três anos antes. Teria sido Terror no Hotel Cecil gravado exatamente lá no Stay On Main?

Ao checar o Google, qual a nossa surpresa. O documentário, sim, tinha sido gravado lá. Porque simplesmente o Stay On Main É o Hotel Cecil. Ele precisou mudar de nome justamente após essa sequência de mortes e possíveis assassinatos ocorrida alguns anos antes.

Resumindo: dois anos após o corpo de uma mulher ser encontrado na caixa d’água do hotel, e o seu sangue escorrer pelo encanamento até chegar às torneiras dos quartos, lá estávamos nós no ex-Hotel Cecil, agora Stay On Main, bebendo água da torneira, afinal, NOS ESTADOS UNIDOS PODE-SE BEBER ÁGUA DA TORNEIRA DE BOA.

(Esta é a retomada da categoria Uma Foto e Uma História aqui no blog. Mais histórias – não tão macabras assim – virão.)