18 DE AGOSTO DE 2010

Um neun Uhr wache ich auf (lembro que era assim que começava um texto escrito na aula de alemão. Acordei às 9h, significa). Tomei banho, me fardei de colorado, fiz um café da manhã e fui para o aeroporto de Guarulhos para pegar o meu voo das 14h10. Era um voo da Avianca (ex-Ocean Air), ou seja, certamente iria atrasar. Havia muitos torcedores revoltados, e alguns inclusive tiveram seus voos da manhã cancelados e foram parar no mesmo que o meu. Depois de muito bate-boca, a maldita aeronave vinda de Brasília pousou. O voo saiu às 16h30, com mais de duas horas de atraso.

Pela primeira vez na vida, no meu 849º voo, levei uma câmera e tirei fotos pela janela do avião. Vejam essa foto abaixo. Parece que estou sobrevoando a Antártida, mas é simplesmente um amontoado de nuvens cobrindo possivelmente alguma parte do Paraná.

Cheguei em Porto Alegre, dei um pulo rápido em casa para deixar a mochila, e fui para o Beira-Rio.

Todos noticiários anunciavam o maior trânsito do mundo e as maiores filas do mundo para entrar no estádio. As pessoas certamente ouviram esses noticiários e foram pro estádio mais cedo. Logo, quando eu cheguei, por volta das 20h30, não havia nenhum trânsito. ZERO. E nenhuma pessoa na fila para entrar no estádio. ZERO.

Todavia, a fila do lanche dentro do Beira-Rio dava voltas e voltas.

Entrei na arquibancada e vi o estádio praticamente lotado. A minha última vez no Beira-Rio fora em setembro do ano passado, no empate em 0 a 0 contra o Flamengo.

Sem muitas opções de boa visão, me posicionei atrás do gol do Gigantinho.

O jogo começou. Nos primeiros minutos, o Inter estava tenso e não conseguia ficar com a posse de bola. Na segunda metade da primeira etapa, dominava o jogo, criava chances de gol, mas não punha a bola pra dentro.

E aos 42 minutos, veio o gol do Chivas. Um voleio no canto do gol bem na minha frente.

O intervalo foi tenso. Veio à minha cabeça a final da Sul-Americana de 2008. Naquela vez, após vitória fora de casa, o Inter tomou um gol do Estudiantes e passou o maior sufoco do mundo. Acabaria vencendo com um gol na prorrogação.

Ah, mas ninguém queria esse sofrimento novamente.

Kléber cruzou e Rafael Sobis fez o gol do empate e possivelmente do título. Leandro Damião entrou em seu lugar e em uma arrancada de mais de 50 metros fez o gol mais importante da sua vida. Giuliano, o predestinado, ainda faria um golaço. O gol do Chivas no último lance só serviu para receber uma salva de palmas irônica.

Em apenas quatro anos, o Inter era bicampeão da América! Palco montado e o General Bolívar recebe a taça das mãos do Rei Pelé.

Fogos de artifício e festa. A vaga no Mundial de Clubes da Fifa já estava garantida, mas sem o título não teria a mínima graça. Um muito obrigado para Renan, Nei, Bolívar, Índio, Kléber, Sandro, Guiñazu, Guiliano, Andrezinho, Tinga, Rafael Sobis, D’Alessandro, Taison, Alecsandro, Abbondanzieri, Lauro, Bruno Silva, Sorondo, Fabiano Eller, Juan, Wilson Mathias, Glaydson, Edu, Walter, Éverton, Celso Roth, Jorge Fossati, Fernando Carvalho, Vitório Piffero e todo mundo envolvido nesse bicampeonato.

Era hora de ir comemorar na Av. Goethe, mas uma ligação do Nikk reuniu todos em sua casa para um churrasco de celebração. Ao som da TVCom e do Sportv.

Espero que daqui a exatamente 4 meses eu esteja fazendo um post chamado “18 de dezembro de 2010” contando como foi feliz o meu dia. E, se tudo der certo, teclando de um computador nos Emirados Árabes Unidos.